Mostrar mensagens com a etiqueta Dia 27. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Dia 27. Mostrar todas as mensagens

Recomeçar do Princípio



Este é um breve espectáculo de teatro físico, com dois corpos. O projecto partiu da frase “Recomeçar do Princípio”, da coreógrafa Pina Bausch. Duas personagens, Adão e Eva, através de uma série de movimentos e de situações, exploram o quotidiano, a rotina e os estereótipos que estão bem presentes no percurso de vida do Homem e que o condicionam. Estas acções cruzam-se constantemente com uma natureza sempre presente, frequentemente esquecida e dominada.

Concepção: Filipe Antunes Moreira
Interpretação: Filipe Antunes Moreira, Rita Lagarto
Som: Bruno Couto
Figurinos: Lola Sousa

Biografia de Filipe Antunes Moreira

La Ferme!


…parti da "figura" do insone. Alguém que (durante as suas noites de insónia) apalpa, gagueja… entre ficar lá ou mover-se, sair (- pelo menos - da sua cama). Quer mover-se, sair, mas o seu corpo fica imóvel. Tem uma actividade mental entrecortada, às vezes sublevada, exagerada (penso na "arte do exagero" do Thomas Bernhard2), às vezes acalmo, em suspensão. Já não sabe que horas são e quer descansar, ao mesmo tempo que já não sente a sua fatiga e conta o tempo a passar.

1. La ferme! em francês quer dizer algo como: Cala a boca!
2. «Se não tivéssemos a nossa arte do exagero estaríamos condenados a uma vida atrozmente chata, a uma existência em que não valeria a pena que existíssemos. (…) Para fazer algo compreensível estamos obrigados a exagerar, só o exagero faz as coisas vivas, inclusive o risco de sermos declarados loucos molesta-nos. (…) A honra maior que podemos alcançar é a de sermos o velho louco que pode dedicar-se à sua loucura em toda independência. Se podemos declarar-nos loucos como o velho louco e levar até ao extremo a nossa loucura, é a loucura a que nos faz felizes. (…) A verdadeira arte do exagero consiste em minimizar tudo… uma arte de superar, de superar a existência, de fazê-la possível». Thomas Bernhard, Extinción, 1986.


Criação e interpretação: Loreto Martinez Troncoso
Bateria: João Filipe

 


Biografia de Loreto Martinez Troncoso